quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Uma pessoa pode ser uma consumidora compulsiva? Existe mesmo essa doença?

O ato de comprar indiscriminadamente é uma doença chamada oneomania, que atinge as pessoas caracterizadas como compradores compulsivos.  Compras Compulsivas é um problema que se caracteriza por comprar objetos roupas, presentes, sapatos, bolsas, etc. em quantidades que a pessoa não precisa e não vai conseguir usar e que causa seriíssimos problemas financeiros na maioria das pessoas: não vai conseguir pagar.
Acontece principalmente com mulheres (na sua maioria, embora homens também sejam afligidos por esta síndrome). É comum fazerem dívidas, estourarem cartões de crédito, cheque especial, pedirem emprestado para conhecidos.
As pessoas com este problema podem comprar de uma vez várias peças de roupas de cores diferentes, ou uma de cada vez, mas o resultado é armários cheios de roupas que não serão usadas. Calças da mesma cor, jaquetas com pequenas variações, dezenas de pares de sapatos. A compra pode ser planejada ou de impulso.
Ao entrar em uma loja, o doente sempre acha que precisa comprar mais aquela roupa especial. Como dezenas de outras que também eram especiais e que estão acumulando no closet. Pode ocorrer uma ansiedade que vai crescendo na loja, que alivia ao efetuar a compra. Horas depois pode vir culpa.
Os Compradores Compulsivos também gostam de influenciar outros comprarem bastante, como forma de aliviar sua própria culpa.
Causas
A maioria (mas nem todos) os Compradores Compulsivos tem uma insatisfação em alguma área de sua vida.
·         Pode ser afetiva, sexual, profissional, solidão.
·         Pode ser raiva do cônjuge? Pode também.
·         Podem ter problemas de auto-estima.
·         Podem ser depressivos.
·         A minoria sofre de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Quase sempre as compras são o mecanismo de compensação para preencher essa insatisfação.
Tratamento
O tratamento não é fácil por um motivo idêntico ao da Tricotilomania e do Picking: comprar é muito prazeroso, portanto é difícil a pessoa se motivar.
  • Se houver comorbidade com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Depressão ou Ansiedade, o tratamento desses problemas ajuda nas Compras Compulsivas por tabela.
  • Algumas medidas sempre ajudam: não ter talão de cheque nem Cartão de crédito, andar com bem pouco dinheiro.
  • A família se recusar a emprestar dinheiro também ajuda.
  • Força de vontade e disciplina: se a pessoa agüentar aqueles 3 minutos de ansiedade por comprar e resistir ao impulso, a vontade passa, sempre.
  • Um Antidepressivo pode ajudar muito, mas não vai fazer as Compras Compulsivas acabarem por encanto. Eles (os Antidepressivos) ajudam muito, mas não curam todos os casos de Compras Compulsivas. Além dos Antidepressivos, alguns medicamentos anticonvulsivantes ou mesmo Neurolépticos podem ajudar a controlar o impulso.
  • Psicoterapia: pode ajudar muito. Não apenas para "descobrir as causas" que é o que muitos terapeutas fazem, mas para identificar as fontes de insatisfação da vida e procurar alternativas mais saudáveis do que as Compras.
  • É como os americanos falam: get a life! Isso quer dizer, descubra as causas de sua insatisfação e veja o que você pode mudar em sua vida.
  • Não consegue fazer isso sozinho? Procure ajuda de um terapeuta.
  • Compras Compulsivas geralmente tem mais de uma causa e o tratamento também é multifatorial.
Transtornos do Impulso
(Testemunhos Médicos – Interessante!)
A impulsividade é um traço de personalidade implicado em um número variado de comportamentos normais e patológicos.

Na clínica da saúde mental, a impulsividade atravessa diferentes categorias diagnósticas e transtornos de personalidades. Nos últimos 15 anos, observamos um crescimento geométrico da literatura científica sobre o tema com conseqüentes repercussões para a clínica. Paralelamente, não podemos ignorar que vivemos numa época em que a demanda por desempenho sempre melhor é uma fonte contínua de estresse, concomitante com uma oferta sempre crescente de produtos, bens de consumo e serviços, numa multiplicidade de estímulos que nos chegam por telecomunicação, mundo digital, etc...

Sob este bombardeio é quase impossível não perder o foco e às vezes apresentarmos reações impulsivas. Os indivíduos mais vulneráveis devem buscar ajuda médica. Como ponto de partida, consideramos a impulsividade como um fenômeno primário de desinibição do comportamento caracterizado por atos realizados subitamente sem planejamento, ou sob a pressão de um desejo irreprimível, isto inclui perda de controle sobre comportamentos agressivos contra si próprio ou outrem, comportamento transgressivo e anti-social, comportamento errático por déficit de atenção ou instabilidade afetiva e as chamadas compulsões químicas e não químicas (compras, comida, sexo, jogo, internet, etc.).

Nenhum comentário:

Postar um comentário